Uma história delicada sobre infância, amizade, imaginação e memória, conduzida por uma narradora que compartilha um vínculo profundo com Júlia, sua melhor amiga e companheira de aventuras.
Júlia coleciona coisas pequenas e, com elas, constrói reinos e inventa jogos, enquanto Tulipa, sua melhor amiga, acompanha tudo de perto ― do canteiro das azaleias até o quarto azul, onde mora o tio de Júlia.
Esta narrativa mergulha no mundo particular da infância, respeitando seus tempos, silêncios e complexidades, e confia no leitor ao valorizar o não dito, o simbólico e o sensorial, convidando-o a desvendar, pouco a pouco, as sutilezas escondidas na relação entre as personagens.
As ilustrações ampliam a subjetividade da leitura e constroem uma experiência estética envolvente, em diálogo com os afetos e com a atmosfera do livro. Uma obra que conversa com a diversidade de maneiras de ser e estar no mundo, apostando na experimentação formal e no olhar poético sobre a infância (Ed. Pequena Zahar).
"(...)Na história, Tulipa é o nome da melhor amiga de Júlia. Elas passam os verões juntas, brincam de rainhas e fazem do quintal seu grande reino. Sim, poderíamos dizer que Tulipa é um livro sobre amizade ou sobre essa capacidade de fantasiar própria da infância ou sobre o crescimento, que faz deixar algumas ilusões para trás - ou apenas adormecidas. Mas, na história, é no quarto azul, que fica nos fundos do quintal, onde as preciosidades estão escondidas. É lá que o tio de Júlia mora. Um tio que brinca com ela de ser rei.  Um tio que se conecta com a menina de uma forma intensa e mágica. Também poderíamos dizer que Tulipa é sobre relações profundas que às vezes as crianças estabelecem com outros além dos pais, quando escolhem um outro adulto para ser sua referência. 
Mas há ainda algo além. O tio de Júlia é alguém fora da norma. Um alguém que se comunica de forma diferente, com uma linguagem que não se aferra às palavras. Uma linguagem que ele compartilha com Júlia, nas miudezas que eles colecionam, nos desenhos das paredes, no reino que inventam, onde eles brincam e são livres. Uma linguagem que nasce do desaprender, de se voltar para o estado mais puro de encanto com as pequenas coisas.(...)" 
Texto de de Naíma Saleh, "Tulipa', de Paula Schiavon, aproxima a infância, a arte e a loucura com beleza" (Blog Companhia das Letras )
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